Olá, Nutter.,
Hoje escrevo para dividir algo que venho observando com atenção.
As mesas estão mudando — e não apenas nos objetos que a compõem, mas na lógica por trás de cada escolha.
A ideia de montar uma mesa perfeita para impressionar está ficando para trás. No lugar dela, ganha força uma tendência que valoriza a presença, o afeto e a composição espontânea. É uma mudança estética, sim, mas também de mentalidade.
Os principais relatórios de tendência confirmam: o Pinterest já aponta um movimento chamado Rococó Revival, que resgata o ornamento, a textura e a dramaticidade do design do século XVIII — mas com liberdade contemporânea. Pratos com frisos dourados, guardanapos de linho estampado e castiçais imponentes voltam à cena, mas não mais como símbolos de formalidade. Eles convivem com peças improvisadas, objetos herdados e composições que não seguem regras rígidas.
Ao mesmo tempo, o Livingetc fala em uma estética “menos performática e mais presente”. A mesa de 2025 não exige simetria nem perfeição. O importante é que ela reflita quem você é naquele momento — mesmo que isso signifique usar um copo canelado com um prato lascado da avó.
A AP News também destaca uma dualidade interessante entre o estilo city glow — urbano, ousado e vibrante — e o chamado cottage flow, que privilegia a natureza, os materiais rústicos e a beleza das imperfeições. Essa dualidade mostra que há espaço para várias expressões — desde que elas sejam autênticas.
O que une essas tendências é a recusa à rigidez. A beleza agora nasce do contraste, da mistura, do improviso intencional.
E é por isso que a mesa de 2025 não está preocupada com aparência. Ela quer te lembrar que você — mesmo de moletom e cabelo preso — merece comer o seu pão na chapa num prato com borda rococó.
A mesa deixa de ser uma vitrine e passa a ser um espelho. Um lugar que mostra não o que você quer parecer, mas o que você escolhe viver. E talvez, no meio dessa mudança silenciosa, a gente esteja reaprendendo a habitar a própria casa com mais cuidado, mais autonomia e mais presença.
Com apreço por tudo o que é imperfeito,
Nanda.